Olha isso!
3 participantes
Olha isso!
Daniel me mostra as fotos q ele tirou da cirurgia de uma jaguatirica com fratura na pata. Vendo as fotos olha quem eu acho! E olha a touca da sujeita!
Dani,Mel,Tri,Cari&Ly- Número de Mensagens : 1483
Idade : 51
Data de inscrição : 21/07/2008
Re: Olha isso!
HI HI HI
Essa touca mascara a gente... desse jeito quem me vê de longe sabe de quem se trata!
Essa touca mascara a gente... desse jeito quem me vê de longe sabe de quem se trata!
Maria & Zá/Gnu/Loló- Número de Mensagens : 1073
Data de inscrição : 21/07/2008
Re: Olha isso!
Maria & Zá/Gnu/Loló escreveu:HI HI HI
Essa touca mascara a gente... desse jeito quem me vê de longe sabe de quem se trata!
Realmente era a única a usar essa touca...
Dani,Mel,Tri,Cari&Ly- Número de Mensagens : 1483
Idade : 51
Data de inscrição : 21/07/2008
Re: Olha isso!
A cara de tensão durante, e depois a cara de alívio de tudo ter ido bem!
Maria & Zá/Gnu/Loló- Número de Mensagens : 1073
Data de inscrição : 21/07/2008
Re: Olha isso!
Pra saberem da história toda: se não me engano, a jaguatirica pertence ao zoo do rio de janeiro e teve a pata machucada de tal forma q não teve outra solução q não fosse a amputação. Ela está bem e irá se adaptar a sua nova situação.
Dani,Mel,Tri,Cari&Ly- Número de Mensagens : 1483
Idade : 51
Data de inscrição : 21/07/2008
Re: Olha isso!
Diz aê...
A crônica abaixo podia ou não podia ser uma história do Daniel??
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JAGUATIRICAS A BORDO
(Fernando Sabino)
De repente, em pleno vôo a caminho de Lisboa, passa por mim um comissário de bordo carregando uma jaguatirica.
Os demais passageiros dormem na penumbra do avião, eu também cochilava ainda há pouco. Estarei sonhando? Nada disso, já vem o homem de volta com o bicho no colo.
- Que bicho é esse? - pergunto.
- Uma jaguatirica - responde ele simplesmente, erguendo o felino nos braços para que eu o veja de perto: - filhote ainda. Parece um gato, não parece?
- Tira isso pra lá! - reajo, encolhendo-me na poltrona: - Parece uma jaguatirica.
- Pois é uma jaguatirica.
- Você me disse.
Penso comigo: nada mais perecido com uma jaguatirica do que uma jaguatirica. A longa viagem dentro da noite, os passageiros dormindo, tudo conspira para me deixar vagamente idiota, os passageiros flutuando no ar.
- E posso saber o que está fazendo essa sua jaguatirica aqui no avião? - pergunto, cauteloso.
- Não é minha não - explica ele: - É de um passageiro. Trouxe do Pará, vai levar para morar com ele em Lisboa. A minha deixei no Rio, lá no meu apartamento, um amigo da comida pra ela enquanto viajo.
- A sua o quê?
- A minha jaguatirica.
- Ah! Quer dizer que você também tem uma.
- Tenho. Por que? O senhor não gosta de jaguatiricas?
- Gosto, gosto... Eu não sabia é que estava na moda ter jaguatiricas. Confesso que no momento não tenho nenhuma.
- Quem é que não gosta? - torna ele, entusiasmado, procurando conter a fera, que se mexe ameaçadoramente nos seus braços. - Um amigo meu lá em Teresópolis tem um leãozinho, mas leão dá muito trabalho, o senhor não acha?
- Sem dúvida - concordo, sacudindo a cabeça: - Cortar as unhas, pentear a juba, essa coisa toda...
- Jaguatirica não: mandei fazer umas luvas, embaixo é peludinho, em cima é de náilon. Para não arranhar o sinteco, sabe? Eu mesmo dou banho nela, é divertido, acredite.
- Eu acredito - torno a concordar, sem grande entusiasmo.
- Não tem perigo nenhum - insiste ele: - De morder, que eu digo. Só morde quando está com raiva. Pode é arranhar sem querer. Mas não aparo as unhas dela, acho uma pena.
- Realmente, seria uma pena.
Ele continua a dissertar animadamente sobre o assunto:
- Esse cara, por exemplo, vai se dar mau com a jaguatirica dele. Porque, como o senhor sabe, jaguatirica não pode viver só com o dono. Chega uma hora lá, tem de casar, não é isso mesmo?
- Isso mesmo: não vai ser fácil arranjar em Lisboa um jaguatirico.
- É o que eu estou dizendo: como é que ele vai casar a bichinha? Já tive uma que era solteira, foi ficando maluca, acabei tendo de matar a tiro, uma pena.
Como ele não diz mais nada, olhando embevecido a jaguatirica, me arrisco a perguntar:
- Isso aí não é uma espécie de onça não?
- Não é não: é uma espécie de jaguatirica mesmo.
E ele acrescenta, procurando me tranqüilizar:
- Pode ter certeza de uma coisa: bicho nenhum come gente a não ser que esteja com muita fome. Com fome até o homem é capaz de tudo, inclusive de comer gente. Ouça o que estou lhe dizendo.
Ouço o que ele está me dizendo, nos confraternizamos à base do nosso amor às jaguatiricas, e volto a cochilar.
(O gato sou eu. 13. ed. Rio de Janeiro : Record, 1984. p. 97-98.)
A crônica abaixo podia ou não podia ser uma história do Daniel??
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JAGUATIRICAS A BORDO
(Fernando Sabino)
De repente, em pleno vôo a caminho de Lisboa, passa por mim um comissário de bordo carregando uma jaguatirica.
Os demais passageiros dormem na penumbra do avião, eu também cochilava ainda há pouco. Estarei sonhando? Nada disso, já vem o homem de volta com o bicho no colo.
- Que bicho é esse? - pergunto.
- Uma jaguatirica - responde ele simplesmente, erguendo o felino nos braços para que eu o veja de perto: - filhote ainda. Parece um gato, não parece?
- Tira isso pra lá! - reajo, encolhendo-me na poltrona: - Parece uma jaguatirica.
- Pois é uma jaguatirica.
- Você me disse.
Penso comigo: nada mais perecido com uma jaguatirica do que uma jaguatirica. A longa viagem dentro da noite, os passageiros dormindo, tudo conspira para me deixar vagamente idiota, os passageiros flutuando no ar.
- E posso saber o que está fazendo essa sua jaguatirica aqui no avião? - pergunto, cauteloso.
- Não é minha não - explica ele: - É de um passageiro. Trouxe do Pará, vai levar para morar com ele em Lisboa. A minha deixei no Rio, lá no meu apartamento, um amigo da comida pra ela enquanto viajo.
- A sua o quê?
- A minha jaguatirica.
- Ah! Quer dizer que você também tem uma.
- Tenho. Por que? O senhor não gosta de jaguatiricas?
- Gosto, gosto... Eu não sabia é que estava na moda ter jaguatiricas. Confesso que no momento não tenho nenhuma.
- Quem é que não gosta? - torna ele, entusiasmado, procurando conter a fera, que se mexe ameaçadoramente nos seus braços. - Um amigo meu lá em Teresópolis tem um leãozinho, mas leão dá muito trabalho, o senhor não acha?
- Sem dúvida - concordo, sacudindo a cabeça: - Cortar as unhas, pentear a juba, essa coisa toda...
- Jaguatirica não: mandei fazer umas luvas, embaixo é peludinho, em cima é de náilon. Para não arranhar o sinteco, sabe? Eu mesmo dou banho nela, é divertido, acredite.
- Eu acredito - torno a concordar, sem grande entusiasmo.
- Não tem perigo nenhum - insiste ele: - De morder, que eu digo. Só morde quando está com raiva. Pode é arranhar sem querer. Mas não aparo as unhas dela, acho uma pena.
- Realmente, seria uma pena.
Ele continua a dissertar animadamente sobre o assunto:
- Esse cara, por exemplo, vai se dar mau com a jaguatirica dele. Porque, como o senhor sabe, jaguatirica não pode viver só com o dono. Chega uma hora lá, tem de casar, não é isso mesmo?
- Isso mesmo: não vai ser fácil arranjar em Lisboa um jaguatirico.
- É o que eu estou dizendo: como é que ele vai casar a bichinha? Já tive uma que era solteira, foi ficando maluca, acabei tendo de matar a tiro, uma pena.
Como ele não diz mais nada, olhando embevecido a jaguatirica, me arrisco a perguntar:
- Isso aí não é uma espécie de onça não?
- Não é não: é uma espécie de jaguatirica mesmo.
E ele acrescenta, procurando me tranqüilizar:
- Pode ter certeza de uma coisa: bicho nenhum come gente a não ser que esteja com muita fome. Com fome até o homem é capaz de tudo, inclusive de comer gente. Ouça o que estou lhe dizendo.
Ouço o que ele está me dizendo, nos confraternizamos à base do nosso amor às jaguatiricas, e volto a cochilar.
(O gato sou eu. 13. ed. Rio de Janeiro : Record, 1984. p. 97-98.)
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